segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Nova Polícia e o Cidadão

Por Cristiano Guedes
Coordenador dos Cursos de Polícia Comunitária da Senasp

Polícia Comunitária é uma filosofia e
uma estratégia organizacional fundamentada,
principalmente, numa parceria
entre a população e as instituições
de segurança pública e defesa
social. Baseia-se na premissa de que
tanto as instituições estatais quanto
a população local devem trabalhar
juntas para identificar, priorizar e
resolver problemas que afetam a
segurança pública, tais como a exclusão
e a desigualdade social.
As estratégias da filosofia de polícia
comunitária tem um caráter preferencialmente
preventivo. Além disso,
estas estratégias visam não apenas
reduzir o número de crimes, mas
também reduzir o dano da vítima e
da comunidade e modificar os fatores
ambientais e comportamentais,
pois a sua metodologia implica numa
mudança de paradigma no modo de
ser e estar a serviço da comunidade
e, conseqüentemente, numa mudança
de postura profissional perante o
cidadão.
O ideal seria estender esta proposta
a todas as instituições que prestam
serviço de defesa social e segurança
pública à comunidade, envolvendo
ainda todos os setores corporativos,
ou seja, concretizar a Polícia Comunitária
não como parte da Corporação,
mas toda ela. Sendo assim, torna-
se imprescindível a atividade de
formação de policiais em agentes
públicos promotores de Polícia Comunitária,
não de forma estanque
ou pontual, mas para todos os efetivos,
de forma continuada em ciclos.
Dentro do universo de mais de meio
milhão de agentes de segurança
pública e defesa social no país, devemos
ressaltar que cerca de 10%
desse efetivo possui capacitação em
policia comunitária e, desde a implementação
dessa política no Brasil, há
cerca de 10 anos, nosso trabalho
tem buscado apoiar as academias e
centros de formação para a atualização
profissional de seus servidores
dentro de uma matriz curricular única
já estabelecida pela Secretaria
Nacional de Segurança Pública
(SENASP) e legitimada pelos Estados.
Somente por meio da capacitação
conseguiremos alcançar o êxito na
prevenção à criminalidade, pois o
resultado deste processo é a pretendida
e necessária redução dos índices
de letalidade e de ocorrências
em geral. Sob esta ótica, abrem-se
os caminhos para os programas sociais
que se envolvam com segurança
pública dentro dos quartéis, delegacias,
quadras de esportes, bairros,escolas, centros religiosos, centros
comunitários, clubes sociais, desenvolvendo-
se competências de responsabilidade,
humanização e parceria
tanto para servidores quanto para
a comunidade em geral, levando
a cultura de paz e de cidadania principalmente
aos jovens em situação
de risco, com idade entre 14 e 25
anos, prevenindo o crime e a desordem.
Polícia Comunitária é muito mais que
um programa, é uma nova concepção
de democratização da segurança
pública pela participação popular e
se manifesta através da atuação
conjunta dos conselhos comunitários
de segurança que tenham verdadeira
interação não só com os comandantes
de unidades policiais, mas
com efetivos que trabalham em suas
áreas.
Ninguém melhor do que a própria
população para dizer do que ela está
precisando e como ela pode contribuir
para o alcance desses objetivos
após o desenvolvimento das estruturas
de apoio necessárias. O desenvolvimento
de competências e ferramentas
que possibilitem a busca de
soluções para problemas corriqueiros
da comunidade em parceria com os
diversos órgãos governamentais nas
três esferas de atuação executiva é
o novo viés, e esta combinação é a
fórmula da Polícia Comunitária: integrar
os órgãos locais com a comunidade
para alcance do bem estar comum.

Fonte: http://www.segurancacidada.org.br/

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