quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Agricultores são denunciados por pagar propina

Murilo Gatti

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou ontem cinco agricultores da região de Maringá pela prática de corrupção ativa. Para evitar a aplicação de multas ambientais, eles negociaram propina com dois policiais militares do pelotão maringaense da Força Verde.

De acordo com a denúncia, os dois policiais solicitavam vantagens financeiras aos agricultores para não emitir autos de infração e, consequentemente, aplicar multas. Na denúncia do Gaeco, foram demonstrados cinco casos de corrupção, todos na área rural do município de Ângulo, localizado a cerca de 30 quilômetros de Maringá.

Os dois policiais envolvidos nas acusações de corrupção não foram denunciados pela promotoria em razão das regras de competência dos órgãos públicos.

Por serem policiais militares, eles só podem ser responsabilizados perante a Auditoria Militar. A reportagem procurou a assessoria de imprensa do comando da Força Verde no Paraná. No entanto, nenhuma resposta foi concedida até o fechamento da edição.

Propinas

Na propriedade de um dos agricultores denunciados, os policiais constataram, segundo a Promotoria, problemas em relação à drenagem da área. Com isso, o proprietário poderia ser multado Para evitar a penalidade, o agricultor acabou repassando a quantia de R$ 1 mil aos policiais.

Em outra situação, um agricultor negociou a propina com os policiais para reduzir o valor. "A propina inicial consistente no pagamento da quantia de R$ 14 mil acabou sendo reduzida para o pedido do valor de R$ 7 mil. No entanto, ciente da ilicitude e reprovabilidade dessa conduta, o denunciado prometeu e ofereceu a vantagem indevida no valor de R$ 4 mil", diz a denúncia.

O Gaeco aponta que o agricultor deu dois cheques aos policiais, um de R$ 2 mil à vista e outro, no mesmo valor, pré-datado para 30 dias.
Para evitar o crime de corrupção, os promotores orientam os agricultores ou empresários a procurar o Ministério Público da cidade em caso de dúvidas ou de qualquer sugestão de pagamento de propina por funcionários públicos que se apresentem para tratar de eventuais irregularidades ambientais ou afins. O crime de corrupção tem pena de 2 a 12 anos de reclusão e multa.


Corrompido
R$ 20 mil É o valor de uma multa não aplicada e que acabou negociada por R$ 1 mil

Fonte: http://www.odiario.com/policia/noticia/502725/agricultores-sao-denunciados-por-pagar-propina/

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