sábado, 10 de outubro de 2009

Justiça manda soltar soldado preso em flagrante por tentativa de extorsão

Preso na tarde de quinta-feira (8) por suspeita de tentar extorquir R$ 40 mil de uma comerciante de Foz do Iguaçu, o soldado José Leite Arrieira, 29 anos, da 4ª Companhia de Polícia Rodoviária Estadual (Cia. PRv), foi solto na tarde desta sexta-feira por ordem da Justiça de Maringá. O soldado, que passou 24 horas recolhido em uma sala do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), foi autuado em flagrante por concussão (extorsão praticada por funcionário público) e também deve responder a sindicância na instituição militar.

A prisão do soldado aconteceu no interior da agência do HSBC, na Avenida Getúlio Vargas, Centro de Maringá, depois de o gerente do banco, Marcelo Aparecido Aníbal, ligar para a Polícia Civil e informar que dois policiais militares, que estavam à paisana, estariam obrigando a correntista Raquel Dias de Aguiar, 33 anos, de Foz do Iguaçu, a fazer uma transferência de dinheiro para uma conta poupança em nome de terceiro.

Em declaração à Polícia Civil, a comerciante Raquel Dias de Aguiar, dona de uma loja de eletrônicos em Ciudad Del Este, no Paraguai, confirmou que o soldado e o sargento estavam exigindo R$ 40 mil para não apreender dois carros, dirigidos por um cunhado e um sobrinho, que estavam transportando cerca de R$ 50 mil em mercadorias importadas para a cidade de Avaré (SP).

Raquel, que assumiu atuar como “batedora” de mercadorias descaminhadas do Paraguai, contou que foi abordada pelos policiais – que estavam à paisana e ocupando um Palio branco com placas de Vila Velha (ES) – quando passava pelo trevo de acesso a São Jorge do Ivaí. Segundo ela, apesar de os dois carros que ela escoltava terem fugido da perseguição, os policiais passaram a exigir R$ 40 mil para não prejudicá-la.

A comerciante contou que foi levada ao HSBC de São Jorge do Ivaí para fazer a transferência do dinheiro para uma conta-poupança em nome de terceiro, apresentada pelos policiais. Como não conseguiu fazer a transação, ela foi trazida ao Banco Itaú, agência da Universidade Estadual de Maringá (UEM), mas também não obteve êxito. Posteriormente, os policiais a levaram ao HSBC da Avenida Getúlio Vargas e chegaram a acompanhá-la na mesa do gerente.

“Cheguei a pedir ao gerente (HSBC) para me deixar fugir pelos fundos, mas ele não permitiu”, contou Raquel, confirmando, ainda, que teria partido do gerente a decisão de acionar a Polícia Civil. “Estou com muito medo de sofrer algum tipo de represália por não ter pago o que eles exigiram e por tê-los denunciado”, concluiu a comerciante.

O soldado Arrieira negou a acusação e afirmou que estava na agência para fazer um depósito para um tio de sua namorada. Ele também negou conhecer a comerciante ou ter tido qualquer tipo de contato com ela. Arrieira confirmou ter encontrado o sargento Do Carmo no interior da agência do HSBC, mas explicou que o policial apenas pediu para ele pagasse algumas contas, pois estaria saindo em viagem. O soldado disse desconhecer quem seria dono do Palio com placas do Espírito Santo e negou conhecer o correntista cuja conta o dinheiro seria depositado.

Fonte: Roberto Silva - Jornal O Diário de Maringá 09/10/2009
rsilva@odiariomaringa.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário