Somos sabedores que nossa população possui "memória curta", as lembranças que permanecem são apenas as recentes. Caso a Seleção fosse campeã da Copa do mundo, todo o caos político em que vivemos seria esquecido, a vitória seria atribuída aos esforços da atual equipe "política dominadora" e haveria o risco de uma reeleição. Graças à derrota para a Alemanha, os problemas vividos pela sociedade brasileira voltam à tona e, dessa forma, estarão presentes na memória de cada cidadão brasileiro na hora do pleito eleitoral. Quem sabe assim boa parcela dos "corruptos" sejam extirpados do comando dessa nação. Parabéns Seleção brasileira por ter-nos proporcionado o retorno à realidade.


É claro que estamos todos tristes com o show de horrores que foram os sete gols alemães contra apenas um do Brasil - na sua própria casa - , porém, é de se concordar que uma sonora goleada serve para podermos refletir a respeito daquilo que está sendo feito de forma amadora e despreocupada em outras áreas que pelo menos deveriam ser de nosso interesse. Estamos numa cadente de economia que vem desde 2008, sendo que naquele ano quando da chamada "bolha imobiliária" americana, batíamos no peito e dizíamos que a tsunami chegaria no país em forma de marola. Pois bem, quem tem o minimo de noção de economia sabe que queda da economia em dois bimestres seguidos já caracteriza uma recessão. O Brasil teve queda em três bimestre seguidos. A euforia da compra do carro novo com IPI reduzido impediu o povo de ver a derrocada da nossa economia e agora em 2014, não há uma única publicação de respeito na área que não diga que o sonho do plano real está com os dias contados à beira da morte. Junte-se a isso a corrupção, imoralidade, falta de ética, incentivo à criminalidade, dilapidação do patrimônio com compras e investimentos desastrosos envolvendo as empresas públicas federais. Lembrando que a situação se preocupa muito com os escândalos do metrô de São Paulo, mas deixa de mencionar o envolvimento das empresas do governo federal no mesmo esquema, além disso, na Bahia, Distrito Federal e no Rio de Janeiro há irregularidades de mesma natureza no transporte público. Porém, não são mencionados esse são estados governados pelos aliados do governo federal. Ainda temos o perigo da ditadura socialista às portas através do famigerado "decreto bolivariano". É, que bom que o futebol nos decepcionou. Podemos voltar à ralidade agora, pois estávamos em desvio de foco. Resumir a eficiência de um governo apenas pelos programas sociais e políticas de afirmação social e nos deleitar com os esportes - as olimpíadas vêm aí - é mera diversão, do verbo latino "divertire" que quer dizer "desviar-se do que realmente importa". Divertire trata-se de uma antiga tática de guerra que era usada para chamar a atenção do exercito inimigo com o ataque de um pequeno grupo que usava toda sua força para chamar a atenção do alvo. Quando o exercito atacado se desviava para contra atacar, era por fim surpreendido com a presença o exercito principal. Assim o governo tem feito, programas sociais fortes e atração de grandes eventos esportivos, tudo é claro, financiado às custas de alta carga tributária. É o famoso ão e circo para o povo na sua concepção mais genuína. Mas, nossa analgesia futebolística nos impede de ver isso. Enquanto o pão é distribuído nesse circo os golpes vão sendo dados. Heterogeneização da população, loteamento do governo e outras formas mais de desfazer uma articulação geral o que seria perigoso para um plano maior; perpetuação desse governo nefasto no poder por meio da ditadura que se acerca com essa onda de nacionalismo. Agora é tudo ou nada. Sejamos patriotas. Vamos deixar o hino nacional da copa de lado e recitar o hino à pátria. "Ou deixar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil". Ou será que ficaremos deitados eternamente em berço esplendido?
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